Cerca de 800 pessoas se manifestaram na Praça Nereu Ramos, no centro da cidade

Familiares e amigos da médica Mirella Maccarini Peruchiassassinada na última segunda-feira em Criciúma, promoveram neste sábado uma manifestação contra a violência e por mais paz no município do Sul catarinense. Cerca de 800 pessoas se concentraram na Praça Nereu Ramos, no centro do município, às 10h. O protesto terminou por volta do meio-dia. 
A maioria dos manifestantes vestia-se com uma camiseta em que se lia “Somos todos Mirella”. Eles elogiaram a atuação das polícias Civil e Militar, que conseguiram capturar os dois suspeitos, acusados de latrocínio. O tom geral da manifestação, segundo familiares da vítima, foi de conscientização por mais educação para diminuir a criminalidade no país.

O professor aposentado Amélio Peruchi, pai de Mirella, de 72 anos, mais conformado com a tragédia que abateu a família, diz que o que aconteceu com sua filha é mais um reflexo do descaso das autoridades políticas do país. Para ele, é preciso que princípios como “educação e saúde sejam mais fortes do que a ganância e o materialismo”.    
— A comunidade se comoveu com o acontecido, e por isso fizemos aqui uma manifestação em torno da vida e da justiça. Hoje as pessoas matam por qualquer coisa, não se importam com a vida dos outros. Isso precisa mudar — disse o professor, que lecionou durante 44 anos disciplinas como Química e Biologia.
Mirella e o marido planejavam ir para França
Os dois suspeitos de cometerem o crime, um menor de 17 anos e outro jovem de 23, tentaram assaltar Mirella e o marido, o neuropediatra Jaime Lin, por volta das 21h da última segunda-feira. O casal voltava da aula de Francês quando foram abordados pelos bandidos. Os dois planejavam viajar para a França nos próximos dias.

A médica, que conduzia uma Pajero TR4, teria tentando fugir do local e os bandidos dispararam, atingindo-a na cabeça. Já inconsciente, ela colidiu contra um poste. O marido chamou o Samu e a vítima foi levada ao Hospital São José, onde chegou a ser operada, mas não resistiu aos ferimentos.
Polícia está concluindo o inquéritoUm dos suspeitos de ter matado Mirella se entregou à Polícia Civil de Criciúma nesta quinta-feira. Gabriel Alves Ferreira, o "Moita", 22 anos, já tem passagens pela polícia, e nega que tenha envolvimento no latrocínio da última segunda-feira. O primeiro suspeito é um menor de 17 anos e foi capturado na terça-feira.

Divisão de Homicídios de Criciúma deve terminar de colher depoimentos e fazer uma reconstituição da tentativa de roubo que terminou na morte da médica na segunda-feira no Bairro Michel.
 
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