Desde que eu me entendo como gente, vejo debates tanto em redes sociais quanto na vida real do assunto relacionado à legalização da maconha.
Observo argumentos bem fundamentados seja do lado conservador seja do lado mais liberal, porém, quando o assunto é sobre os malefícios e benefícios da erva, lágrimas caem dos meus olhos frente à sequência de afirmações pseudocientíficas.
Diante disso, resolvi traduzir (adaptando) um texto de esclarecimento da American Lung Association sobre o assunto.
AFINAL, O QUE É A MACONHA?
A maconha é uma droga feita das partes secas e desfiadas da planta Cannabis e é normalmente consumida em cigarros feitos na mão.
Ela contém um químico muito potente chamado de delta-9-tetrahidrocanabinol, mais conhecido como THC. É muito similar a químicos que o cérebro naturalmente produz e perturba a função dessas substâncias no sistema cognitivo.
A erva, hoje em dia, é bem mais potente do que nas décadas passadas. Por um longo tempo, os níveis de THC eram de 2,3%, porém, atualmente, os níveis do composto são maiores que 8% e podem estar em aproximadamente 35% nas ervas medicinais.
A MACONHA PODE TER EFEITOS MEDICINAIS?
A planta em si nunca foi provada e aprovada como fonte completa de nutrientes benéficos, isso porque ainda não há nenhum indício de que os benefícios são maiores que os riscos e até porque o consumo não vai deixar ninguém mais saudável. Porém, os canabinoides que a planta contém podem ter vários efeitos medicinais.
Um deles é o THC, já citado, que estimula o apetite (ajuda no tratamento da anorexia e da caquexia associadas à AIDS), trata glaucomas e dores crônicas, reduz a náusea (já há medicações feitas com esses objetivos), protege o sistema nervoso de esclerose múltipla, além de tratar cancro cerebral, cancro da boca, cancro da garganta, cancro das mamas, cancro dos pulmões, cancro dos testículos, cancro do pâncreas, cancro do útero, cancro de próstata, cancro de cólon, cancro dos ovários, cancro do sangue, cancro da pele, cancro do fígado, cancro da vesícula biliar e cancro da bexiga. No entanto, pode também causar dor, inflamação e espasticidade.
Porém, além do THC, a erva também contém cerca de 100 outros canabinoides. Cientistas já sintetizaram numerosos canabinoides no laboratórios (muitos deles extremamente potentes e, que se abusados, podem causar graves problemas de saúde). O corpo humano produz naturalmente compostos canabinoides (chamados de endocanabinoides), que desempenham um papel extremamente importante:
– Na regulação da pressão;
– Na memória;
– No pensamento;
– Na concentração;
– No movimento;
– Na coordenação;
– Na resposta imunológica;
– Na percepção sensorial;
– No apetite;
– Na dor;
– Na regeneração de neurônios.
Atualmente, os canabinoides mais focados para a pesquisa terapêutica são o THC e o canabidiol (CBD). O CBD é um canabinoide não-psicoativo que talvez também seja útil na redução de dores e de inflamações, controlando ataques epilépticos e até mesmo tratando psicoses e, incrivelmente, vícios.
Mesmo sem um imenso avanço da medicina nesse tema, já são feitos medicamentos com os canabinoides ou baseando-se neles, como:
DRONABINOL: usado para tratar náusea causada pela quimioterapia ou perdas de apetite (que provocam perda de peso) causadas pela AIDS;
NABILONE: usado para os mesmos motivos que o Dronabinol;
SATIVEX: para tratar espasticidade causada por esclerose múltipla e está em pesquisa para o tratamento de dores cancerígenas;
EPIDIOLEX: usado para tratar epilepsia em crianças.
TABACO VS MACONHA
O uso da maconha também deposita alcatrão nos pulmões. Na verdade, quando quantidades iguais de maconha e tabaco são fumadas, a primeira deposita quatro vezes mais alcatrão no pulmão do que o segundo. Isso tudo porque os cigarros que a erva é ’embalada’ não possuem filtros e é frequentemente inalada mais profundamente do que os cigarros de tabaco.
O fumo da maconha é também irritante para os pulmões e os fumantes podem ter os mesmo problemas respiratórios experimentados por pessoas que fumam tabaco, como:
– Tosse;
– Produção acentuada de muco;
– Bronquite;
– Maior risco de infecção pulmonar.
OUTROS EFEITOS DA MACONHA
Além dos efeitos no sistema respiratório, ela também pode provocar efeitos no cérebro, nos quais incluem:
– Problemas na coordenação motora e na memória-curta;
– Lentidão de resposta;
– Alterações de humor, de julgamento e de tomadas de decisão;
– EM ALGUMAS PESSOAS, pode causar ansiedade, insônia ou perda de noção da realidade.
Por causa desses efeitos, o uso da maconha mais que dobra o risco de um motorista sofrer um acidente.
Além de tudo isso, a erva também afeta o coração, que aumenta as suas batidas em 20-100% depois do uso, um efeito que pode durar 3 horas, colocando os usuários em um imenso risco de ataque cardíaco.
O uso descontrolado pode, ainda, provocar, assim como usuários reportam, pouca satisfação com a vida, saúde mental e física pobre, problemas de relacionamento e menor desempenho acadêmico comparado aos colegas de classe.
OS JOVENS E A MACONHA
O uso da maconha é particularmente nocivo aos jovens em razão da área do cérebro responsável pelo prazer crescer mais cedo e mais rápido que a área que controla a habilidade de entender riscos e consequências. Um estudo nacional feito pelo Monitoring the Future mostrou que em 2012, 1,1% dos estudantes do oitavo ano do ensino americano, 3,5% do décimo e 6,5% do décimo-segundo alegaram que usavam a maconha diariamente.
A erva é altamente acessível, especialmente para adolescentes mais velhos. Em 2012, 37% estudantes do oitavo ano de ensino americano, 68% do décimo e 82% do décimo-segundo alegaram que a maconha está se tornando cada vez mais fácil de se conseguir. Estudos mostram que à medida que a acessibilidade aumenta, a percepção dos danos diminui.
A percepção de que há risco em fumar maconha está caindo dentre os jovens. Em 2012, 66,9% dos estudantes do oitavo ano de ensino americano, 50,9% do décimo e 44,1% do décimo-segundo disseram que há algum risco em fumar a planta regularmente. Porém, esses números têm diminuído ao longo dos últimos seis anos.
É VICIANTE?
Muita gente acha que a maconha não é viciante, porém, a dependência da erva é a razão número 1 do porquê de jovens no Colorado e nos Estados Unidos procurarem tratamentos para dependentes químicos. Jovens são mais passíveis de se viciarem do que os adultos. Cerca de 4,5 milhões de pessoas nos Estados Unidos cumprem o critério clínico para dependência da maconha.
O THC estimula as células do cérebro a produzirem a dopamina, que cria um sentimento de euforia e pode ocasionar um vício físico.
Josikwylkson Costa Brito - Climatologia Geográfica
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