Quedas do Iguaçu parou nesta quarta-feira (28) para cobrar das autoridades a reintegração de áreas ocupadas desde meados do ano passado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Foram várias invasões ao longo do último ano e desde segunda-feira (28) a indústria de beneficiamento de madeira está com as atividades paralisadas porque não há matéria-prima para ser processada. Os funcionários dizem que não conseguem ter acesso à área de reflorestamento e que as máquinas estão retidas em uma área de acampamento. O MST nega que tenha retido o maquinário e afirma que a empresa é que não faz questão de retirar. O movimento também afirma que é de seu interesse que seja retirada a madeira reflorestada.

Mais de 250 estabelecimentos comerciais fecharam as portas nesta quarta-feira em apoio à empresa que emprega 1.200 trabalhadores e vê suas atividades ameaçadas pelas ações dos sem-terra que montaram três grandes acampamentos em suas áreas nos últimos meses e seguem com uma política de pequenas ocupações constantes. Segundo cálculos da Polícia Militar, 10 mil pessoas participaram da manifestação, número que representa um terço da população da cidade que tem 32,7 mil habitantes, segundo o IBGE.

A manifestação teve início por volta das 9 horas na praça central da cidade. De lá os manifestantes saíram em passeata e foram até a entrada da Araupel gritando palavras de ordem pelas ruas da cidade. Eles se uniram aos funcionários da empresa que fazem protestos desde segunda-feira (26). No início da tarde os três pontos de bloqueios nas rodovias PR-473 e PR-484 foram liberados pelos manifestantes.

O clima na cidade é de insegurança já que um possível fechamento da Araupel resultaria no encerramento de atividades de outras pequenas empresas que prestam serviço terceirizado.

Atividades reduzidas

O empresário Tiago Parteca possui uma frota de caminhão que trabalha para a Araupel e afirma que se a situação não se resolver, a única alternativa será reduzir o número de funcionários, que gira em torno de 20 pessoas. “O custo de um caminhão é muito alto, se ele não rodar a alternativa é vendê-lo, não é possível manter”, diz.

O morador Eleandro da Silva afirma que o impacto será muito grande para toda a região caso a empresa deixe a cidade. “Não podemos deixar que isso aconteça. Vemos hoje uma inversão de valores quando funcionários precisam paralisar suas atividades e fazer bloqueios para exigir o direito de trabalhar”, enfatiza.

Fonte: Gazeta do Povo


 
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