Só em 2015, foram 2 mil empregos perdidos no setor. Desde o início do ano passado, mais de mil estabelecimentos quebraram

Pressionados pelos aumentos nos preços dos serviços públicos, pela queda nas vendas e por aluguéis altos, os comerciantes do Distrito Federal estão fechando as portas. 

O Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) local contabiliza que 1.115 lojas encerraram as atividades na asas Sul e Norte, no Sudoeste e nos lagos Sul e Norte desde o início de 2014. 

Em todo o DF, são 31 mil estabelecimentos em funcionamento, entre os localizados em ruas ou em shopping centers. Pelos cálculos da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), pelo menos 21 mil postos de empregos sumiram desde o ano passado. 

Dados da última pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) mostram que somente em janeiro 2 mil empregos no comércio foram excluídos.

As tradicionais faixas de “Aluga-se”, “Passo o Ponto” e “Vende-se” tornam-se cada mais frequentes nos centros comerciais brasilienses. Sem perder o humor, empresários brincam que o “Passo o Ponto” se tornou a franquia que mais cresce no DF. 

"Aluguel é o principal fator para fechamento de lojas aqui. Consigo me manter porque pago pelo uso da área comum, que é mais barato, e não tenho funcionários"
A W3 Sul é uma das ruas comerciais mais afetadas. Mas a crise já chega a outras regiões, como Taguatinga, Planaltina, Varjão e Estrutural (Veja o quadro ao lado).

O que preocupa os comerciantes e as associações é que, antes, a estabilidade do funcionalismo público e a dependência econômica do governo amortizavam crises econômicas nacionais. Atualmente, com o próprio GDF em perigo, o mercado está sem saída. 

“Sofremos mais do que muitos lugares do país. Sem receber os salários integralmente, os funcionários públicos somem, e eles são importantes consumidores por formarem a classe média local”, analisa Álvaro Silveira Júnior, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) do DF.
 
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